As chuvas que atingem a região fizeram o nível do rio Tocantins subir de 6 para 12,7 metros em apenas sete dias, informou a prefeitura. Na noite desta segunda-feira (17), o nível do rio chegou a 13 metros, três a mais do que a cota de alerta estabelecida.

O município de Marabá, no sudeste do Pará, enfrenta as maiores cheias dos últimos 20 anos na região. Há 2.975 famílias desabrigadas ou desalojadas, além de 435 famílias ilhadas em regiões ribeirinhas. A cidade de 233 mil habitantes fica na confluência entre os rios Itacaiúnas e Tocantins.

A Defesa Civil se reveza em três turnos para fazer o transporte das famílias atingidas para os abrigos da cidade, com apoio do Exército e Marinha.

Segundo boletim da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico, que monitora os níveis da hidrelétrica de Tucuruí, que gera energia a partir do rio Tocantins, a cheia já utiliza 96% da capacidade dos reservatórios de água da unidade.

"Na primeira quinzena de janeiro de 2022, as chuvas já superam 80% do esperado para todo o mês", afirma o órgão. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, as vazões devem permanecer acima do normal na região.

Na época, o Governo Federal precisou montar uma operação de emergência para deslocar as famílias para uma nova região da cidade, mais tarde denominada de Nova Marabá. Quando as enchentes cessaram, a maioria das famílias retornou à Velha Marabá, para áreas periféricas habitadas até hoje.

Apesar das inúmeras tentativas de remanejar a população por parte de diversos poderes, os marabaenses resistiram às mudanças tanto em 1980 quanto em outras grandes enchentes, como as que aconteceram em 1926, 1973 e 1997.

A advogada Bruna dos Santos, também moradora na cidade, diz que há uma espécie de modo de vida ligado às enchentes na região e avalia que todas as tentativas de remanejar a população para partes de relevo mais alto continuarão frustradas.





Por: Tnh1