Bombeiros procuram por corpos na região do Córrego do Feijão em Brumadinho, dois dias depois do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho. — Foto: Douglas Magno/AFP

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A Vale informou que seu Conselho de Administração, em reunião neste domingo (27), decidiu constituir 2 comitês de assessoramento, compostos por maioria de membros externos; o primeiro, para cuidar da assistência às vítimas e recuperação da área atingida; o segundo, para apurar causas e responsabilidades pelo rompimento da barragem.

Também decidiu suspender o sistema de remuneração e incentivos, suspendendo o pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, assim como deliberações sobre recompra de ações de sua própria emissão e suspensão do pagamento de remuneração variável aos executivos.

Os bloqueios dos recursos da Vale feitos pela Justiça de Minas, de R$ 11 bilhões até ontem, representam quase metade do caixa da mineradora no fim de setembro, último dado disponível. 


As autoridades haviam decidido não interromper as buscas durante à noite, como ocorreu nos dias anteriores, pois um segundo ônibus soterrado foi foi localizado perto da área administrativa da mineradora.

Para tanto, os bombeiros utilizariam uma luz especial para a realização dos trabalhos na madrugada. O volume de lama, entretanto, impediu, e as buscas tiveram de ter interrompidas. Os trabalhos foram retomados por volta das 4h.

O custo material, ambiental e, sobretudo, as centenas de vidas humanas perdidas na ruptura da barragem da mina da Vale em Brumadinho são irreparáveis. Mas essa é apenas a parte visível da tragédia. A invisível reside na incapacidade crônica, incurável, atávica de o Brasil aprender com a própria desgraça.

O tenente Pedro Aihara, porta-voz dos bombeiros, disse que deve haver uma reunião às 9h com a comitiva israelense para definir como será a atuação deles.

Próxima entrevista para atualizar sobre os trabalhos de resgate deve ocorrer entre 10h e 11h.

Bombeiros chegam para o quarto dia de buscas


Bombeiros chegam para o quarto dia de buscas (Foto: G1 )

O Ministério Público de MG emitiu no domingo uma recomendação para que a Vale inclua nas medidas referentes ao rompimento da barragem ações de contenção, recolhimento e neutralização dos resíduos gerados no acidente, bem como para a recuperação das áreas impactadas e preservação do patrimônio cultural, histórico e turístico. O documento foi proposto pela Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Cultural de Brumadinho e da coordenadoria estadual das Promotorias de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico, A mineradora tem 24h após o recebimento para acolher ou não a recomendação e esclarecer as medidas adotadas.

Segundo o MP, o documento considera que as medidas devem ser adotadas de forma rápida e eficiente para evitar o perecimento do patrimônio cultural local e que a adoção das medidas não pode ficar entregue à livre escolha ou definição da empresa causadora do desastre (crime).

Fonte: G1